segunda-feira, 26 de março de 2012

Ensinar ou Aprender: Eis a questão!


O presente post é o resultado de uma breve reflexão do capítulo inicial do livro de Masetto e Abreu (1982) onde os autores discutem e refletem as práticas e princípios do professor universitário em sala de aula.
A escolha da imagem e do título do post foram propositalmente escolhidos por associarem o difícil questionamento e decisão sobre a escolha do professor diante da postura a ser empregada em sala de aula relacionadas à preocupação com a prática do ensino e da aprendizagem dos discentes com as complexas questões éticas e filosóficas vividas pelo o personagem Hamlet da tragédia de William Shakespeare.
No primeiro capítulo, inicialmente, os autores nos levam a reflexão sobre os conceitos de ensino e aprendizagem, a importância de cada um desses conceitos e a postura ou visão a ser empregada pelo o professor universitário diante destes para a prática da docência no ambiente universitário.
O que é ensino? O que é aprendizagem? É possível a desvinculação destes conceitos? Para os autores (1982, p. 6) no ensino as atividades “centralizam-se no professor, na sua pessoa, nas qualidades, nas suas habilidades” e já na aprendizagem “as atividades estão centradas no aprendiz (aluno), em suas capacidades, possibilidades, oportunidades e condições para que se aprenda” e que embora “indissociáveis” (p. 6) a ênfase adotada orientará e diversificará as universidades entre si.
Percebe-se segundo Mager (1962,1972 apud MASETTO & ABREU, 1982, p. 6) três categorias de objetivos de aprendizagem: a) “o aluno pode aprender de um modo cognitivo ou dentro de uma área de conhecimento”, b) “o aluno modifica sua atitudes” e c) “o aluno aprende a fazer, a lidar com alguma coisa” (habilidades) e que, a partir da identificação e internalização dessas categorias, os professores terão melhores condições de tomar decisões “sobre o que fazer em sala de aula e para que fazê-lo”.  
Passado esse questionamento inicial, os autores propõem um segundo e importante questionamento: aprender para quê? Ora, agora que já sabemos como o aluno aprende é interessante sabermos o motivo que os levam a aprender e, para isso, os autores identificam quatro tendências (p. 7-9) que privilegiam:
1.    o “desenvolvimento mental (o aspecto cognitivo)” ou seja, a interação da capacidade de captação, organização e processamento de dados e informação para a resolução de problemas técnicos e especializados requeridos pela a sociedade e pelo o mercado de trabalho;
2.    o “desenvolvimento da pessoa singular e como um todo (os aspectos cognitivo, afetivo e social)”, ou seja, a interação das características individuais e culturais do aluno com o ambiente e sociedade no qual ele está inserido ;
3.    o “desenvolvimento das relações sociais”, ou seja, a interação entre os mundos social e individual do aluno;
4.    o “desenvolvimento da capacidade de decidir, o desenvolvimento de habilidade para assumir a responsabilidade social e política”, ou seja, a interação do aluno com os problemas da sociedade.
Na parte final do texto, os autores propõem a discussão do que seja o papel do professor ao afirmarem que a estes cabe a incumbência de facilitador e ponte do processo de aprendizagem.

O papel do professor desaponta como sendo o de facilitador da aprendizagem de seus alunos. Seu papel não é ensinar, mas ajudar o aluno aprender; não é transmitir informações, mas criar condições para que o aluno adquira informações; não é fazer brilhantes preleções para divulgar a cultura, mas organizar estratégias para que o aluno conheça a cultura existente e crie cultura. (MASETTO & ABREU, 1982, p. 11)


Concluindo, percebe-se que as diferentes posturas, ênfases e escolhas que o professor poderá assumir para contribuir no processo de aprendizagem de seus alunos assim como os questionamentos que deverão ser feitos para a tomada de decisões mais acertadas visando o objetivo a que o professor se propõe a realizar. Não há uma formula mágica e que o sucesso ou não no processo de aprendizagem será fruto das reflexões, percepções e do processo de amadurecimento do docente em sala de aula. Então diante do exposto eis a questão: Em sua opinião, enquanto, aspirantes a professor universitário devemos ensinar ou aprender?

Referências:

ABREU, M.C. de; MASETTO, M. T. O professor universitário em aula: prática e princípios teóricos. 8 ª ed. São Paulo : Cortez,  1999. 30p.

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